sábado, 27 de agosto de 2011

NÃO FAÇAM ESSAS CARAS TÃO ROMANTICAS!


"É recomendável pendurar na sala alguns cartazes com frases como: "NÃO FAÇAM ESSAS CARAS TÃO ROMANTICAS." Indicação de Bertold Brecht para a comédia Tambores na Noite.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Para Gostar de Ler


Eu me lembro de uma coleção de livros da época do colégio chamada, Para Gostar de Ler. Foi a única leitura obrigatória que me deu prazer.
Posso dizer que peguei gosto pela leitura apesar dos livros do colégio.
Perto de casa tinha uma biblioteca municipal que eu frequentava muito para retirar livros, ou participar de campeonatos de jogos de tabuleiro. É engraçado lembrar disso agora, parece que faz uns oitenta anos. 
Encerrei minha carreira de jogador competitivo quando perdi o campeonato de damas para o meu primo que também era bom nisso, mas era mais novo que eu.
Na biblioteca li escritores incríveis que o colégio nunca me mostrou: Ganymédes José, autor do único livro que roubei na vida; Francisco Marins, e a incrível COLEÇÃO TAQUARA-POCA; João Carlos Marinho e o inesquecível O GÊNIO DO CRIME, que já tinha sido um sucesso editorial alguns anos antes. Ouvi falar, que já tinham feito até um filme baseado no livro, e ficava sonhando em assistir um dia. Nem sei se existiu mesmo esse filme.
Nas férias tinha mais tempo pra fuçar aquele monte de estantes da biblioteca. Passei a escrever melhor e a entender que ler Polyana Moça era praticamente um castigo, e não tarefa de férias que se apresentasse a um garoto. Tortura!
Os livros da escola iam acumulando e os livros da biblioteca eu devorava.  A exceção era a coleção Para Gostar de Ler, que todo mundo na escola lia e gostava.
Num início de semestre, já no primeiro ano do ginásio, eu e quatro amigos precisávamos entregar o resumo de cinco livros que nenhum de nós tinha lido.
Fomos cedo pra biblioteca e fizemos o que pode ser chamado de uma leitura pra lá de dinâmica de todos os livros.
Cada um pegava um dos livros e lia algumas páginas do começo, outras do meio e o final. Um contava para o outro, e então, baseado na narração apressada, eu fazia um resumo ligeiramente diferente pra cada um de nós, para que a professora não percebesse que não tínhamos lido e que eu tinha feito o resumo para os quatro. Deu certo. Todos tiramos boas notas e eu me senti o próprio herói de O Gênio do Crime.
Ainda bem que existia a Biblioteca Municipal Ofélia França, no Parque da Aclimação, e o Ganymédes José, e o João Carlos Marinho, e o Francisco Marins e a Lúcia Machado de Almeida, e tanta gente que escrevia livros para as crianças e adolescentes gostarem de ler.